Gente, eu posso dizer que eu odeio carnaval, hahaha. Quer dizer… Eu odeio blocos, bandinhas, batuques de gente que não sabe batucar (brasileiro pega uma caixinha de fósforo e uma lata vazia de cerveja e se acha “O” percussionista, né), cornetas, praias/ruas/cidades/estradas cheias de gente, globelezas (afe), celebrities de segunda linha no camarote da Brahma, jingles de anúncio de cerveja com divas do axé e afins.
Eu adoro (claro!) o feriadão prolongado, e até curto ver os desfiles das escolas de samba na TV, embora há muito tempo não o faça. E, quando eu era criança, adorava me fantasiar!
Minha avó (linda, linda, costureira de mão cheia, fazia todas as vontades dos netos) cuidava nas nossas fantasias. Minha mãe ia pra rua da Alfândega comprar tecidos, materiais e badulaques, e as duas se viravam pra transformar os desejos da gente -eu e meu irmão - em realidade. Naquela época não vendia fantasia na Renner, gente. Se quisesse algo legal, tinha que fazer mesmo.
Pensando agora no assunto, eu acho que meu primeiro contato com maquiagem foi nesses períodos de carnaval. A minha família juntava uma trupe enorme e ia toda pra casa de praia. Ficava uma galera na nossa casa, outra na casa das primas, na mesma rua. E, nos dias de se fantasiar, as meninas eram todas reunidas para serem maquiadas pro baile, que era na cidade vizinha.
Nossa, eu adorava todo aquele ritual! As primas mais velhas que maquiavam as crianças. Quando elas abriam aquelas maletas de make, cheias de sombras coloridas, purpurina (ninguém chamava de glitter), batons, glosses, blushes, etc, eu pirava!
Dependendo da fantasia, ou da vontade de cada uma, a gente ganhava makes diferentes, mas sempre divertidas: corações, borboletas, flores, com muita cor e brilho! Depois de fantasiada e pintada, eu me achava a coisa mais preciosa do mundo, hahaha.
Daí pra frente, era só estresse, gente. Vcs não têm noção. As mães cismavam que tinham que levar a criançada pro baile de matinê. Claro, né, até entendo. Depois de gastar uma dinheirama e investir o maior esforço, coitadas, elas achavam que estavam abafando levando a gente pra festa. Mas a meninada não curtia.
Pra começar, no caminho já vinham aqueles bate-bolas (tem gente que conhece como Clóvis) tocando o terror e aumentando a pressão sanguínea dos pequenos. Aí, quando a gente chegava lá dentro, além de ser um calor do cão, era um barulho infernal. Aquelas bandinhas com uns tiozinhos tocando cada um uma melodia própria, sacam? Um saco. E, pra finalizar, o meio do salão era um redemoinho vivo de crianças enlouquecidas (Ritalin fazia falta) que mais parecia um turba raivosa que engolia a gente, se passasse perto.
Aí, que que a gente fazia? Sentava todo mundo - fantasiado e emperiquitado - na mesa, e ficava quietinho tomando coca-cola até o final do baile. A minha mãe ficava L-O-U-C-A da vida, cara.
Mas o que ela não entendia é que a gente tava ali repondo o líquido perdido em meio ao calor monstruoso (aê, se veste de odalisca cheia de cetim e filó e entra num ginásio lotado, pra vc ver o que é suar) e ao nervoso resultante de toda a operação, entende? E ainda ficava fazendo pressão pra gente ir “pular carnaval” no meio dos monstros das crianças.
Resultado: de tanto ela torrar a paciência, na última meia hora a gente acabava cedendo e ia lá pro meio do turbilhão.
MANO, eu não desejo aquilo pra ninguém, sério mesmo. Deve ser a mesma coisa que cair no meio dos headbangers num show dos Ramones, ou dos Hooligans, algo assim. Terror total. Saía porrada, crianças eram derrubadas e pisoteadas… Os mais fracos sucumbiam, cara. Cena triste.
Eu passava, então, os primeiros 15 minutos distribuindo socos e pontapés nas bestas malditas que vinham arrancar pedaços da minha fantasia (o maior desfalque foi uma fantasia de havaiana, cuja saia voltou com apenas metade das franjas) e protegendo meu irmão (eu era basicamente a guarda-costas pessoal dele).
Depois de 15 minutos impondo dor a terceiros, eu ganhava algum respeito lá no meio, e conseguia relaxar um pouco. Aí a gente começava a se divertir. Ou seja, bem na hora de ir embora. E pra terminar a tarde, minha mãe voltava reclamando. :D
Todo ano era IGUALZINHO, rsrsrs.
Eu tive várias fantasias: gatinho, baiana, Mulher Maravilha, índia, havaiana, odalisca…
A que deu mais trabalho acho que foi a de Mulher Maravilha, porque a coitada da minha avó teve que costurar estrelinha por estrelinha de cetim no short, e minha mãe teve que dar um jeito de fazer os braceletes, o corpete e a tiara. Tenso.
Aliás, nesse mesmo ano em que me fantasiei de Mulher Maravilha, a minha prima (se ela ler isso ela me mata, huahuaahua) se fantasiou de palhaço. Ela não queria, mas a fantasia tinha sido de uma apresentação de balé, e acabou sendo “aproveitada”. Cara, nunca vi um palhaço mais triste na minha vida, kkkkkkkkkk. Tanto que ela jurou que NUNCA vai fantasiar a filha (ela tem uma filhota fofa) de palhaço, rs.
Essa aí sou eu vestida de odalisca, numa releitura meio Sapucaí de “Jeannie é um gênio”, rs. Eu tinha uns 11 anos, acho. Notem a sombra verde, haha. E a COR da pessoa, né gente. Sundown nem tinha nascido. E eu ainda não tinha crescido em volta dos meus dentes, rs.
Mas enfim, esse post autobiográfico veio meio do nada, pensando no assunto “carnaval”.
E, já que eu tô no assunto, bom carnaval pra vcs! :D
Eu e Re estaremos meio ausentes, curtindo o feriado (longe, muito longe dos blocos e bailes. rs), mas aparecendo de vez em quando.
28 comentários:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Chorei de ri
Muito bom rsrsrs
Mais concordo com tudo que vc disse
hehehehe
Ah Mi, como boa carioca que sou, regulando a mesma idade que vc, me identifiquei muiiiiiiiito com algumas partes do seu post, minha mamis e minha avó tb faziam nossas roupas enquanto éramos bem pequetitas, depois que entramos na pré-adolescência eu e minhas primas resolvemos que queríamos sair iguais e aí as tias tb entravam no mutirão. Mas diferente de vc, a gente a-do-ra-va carnaval, baile matinê, carnaval de rua à noite, coreto de praça e tudo o mais que pudesse representar a folia. Mas aqui em Anchieta, os bailes não eram tãããoooo tumultuados assim não. Tb as gente não ficava bem no meio do salão não, a gente brincava ali em volta das mesas mesmo, onde era mais fácil pra respirar... Rsrs...
A partir dos 13 anos, a gente começou a ir de vez em quando pra Rio das Ostras no carnaval, aí era a perfeição, praia de dia e folia de noite!!
Hj em dia meu namorado não gosta de carnaval e o pai dele mora em Rio das Ostras, de modo que quase sempre vamos pra lá, então eu largo ele em casa e vou feliz atrás dos blocos que saem de tarde pelas praias.
Esse ano vamos brincar separados, como diz aquela marchinha, pq vou realizar meu sonho e desfilar pela minha amada escola de samba do coração, Beija-flor de Nilópolis!! E como é uma ala da comunidade (nós não pagamos a fantasia), estamos desde outubro ensaiando! E to adorando, com o bônus de estar emagrecendo com tanto samba na idéia, o que é óóóótimooooo!!! E ainda vou desfilar numa ala teatral, então vou unir duas paixões, meu ofício e minha escola do coração!!!
Vendo sua foto me deu saudades das minhas...
Vou dar um jeito de escanear para tê-las mais próximas de mim...
Mas isso só depois do carnaval, pq hj eu vou buscar minha fantasia lá na cidade do samba, yuppiiiii!!!
Bom carnaval pra quem é de carnaval e pra quem não é tb!!!
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Bjãoooooooooooo!!
Eu te entendo perfeitamente... adoro o feriadão, até que consigo assistir uma ou duas escolas de samba na tv... mas ODEIO blocos de carnaval, aquela musica parece sempre a mesma...
Acho que sei lá, é questão de gosto. Meu namorado é mais "carioca" e eu sou mais "paulista" sabe... ele adora aqueles samba de raiz da beira do morro, e só consigo visualizar drogas, suor, cordão de ouro e cerveja.
enfim.. mas é gosto né.. cada um com o seu!
Beijocas, e bom (por que não?!) carnavaaal!
Eu também era assim! hahaha
uma vez uma menina me fez comer espuma de carnaval, pq encheu minha cabeça com aquela coisa tóxica na matinê do clube. Fiquei parecendo um cupcake mal feito :/
Oi La Srta
Bom carnaval longe dos blocos pra vc então, hehehe.
Márcia
Quando passar dá tchauzinho então, hein. rs Vou tentar ver a escola!
E ah, bem lembrado! Na adolescência, eu ia muito pra Búzios! Uma beleza! Em vez de samba, rolava rock clássico nos bares, uma maravilha, haha. A cidade cheia de gente bonita, a praia maravilhosa... Bons tempos!
Tami
Eu concordo com vc, tô fora. rs E pior que eu sou carioca, hein.
Guiovana
Eu ri alto agora com esse seu comentário, sério mesmo! rsrsrs XD
Bjs!
Ainda não tinha crescido em volta dos meus dentes??? Eu era assim tb!!! E tenho a mesma relação com Carnaval. Gosto de ver o Salgueiro e a Mangueira e dormir, comer e ver filme no resto do feriadão! Bjk
Milena,
Eu também, prefiro ficar BEM longe da muvuca! Odeio ficar sem água, enfrentar fila nos supermercados, não ter um minuto de sossego por causa da música alta na rua... Vou passar em Bagé mesmo, onde o Carnaval é morto!
Beijos
Adorei o post! Revivi minhas tardes de carnaval no clube!!!
Mas preciso comentar: sua pele de bebê continua a mesma!!! Dá logo essa receita! rs... Beijos
Amei o post!!
Chorei de rir com o tubilhao de crianças loucas!!
Muiiiito bomm!
Mi, qdo eu era criança tbm tinha direito a fantasia e matinê no clube. Mas eu gostava, ninguém nunca me empurrou rsrs tinha até desfile pra escolher a melhor fantasia! Detalhe que eu nunca ganhei rsrsrsrs, as mães incrementavam demaisss!!
Bom descanso pra vcs!
bjos
ei Renata, seus pinceis ecotools chegaram (os daquela promoção lá de novembro)? Os meus chegaram ontem :)
Bjo
Oi, Juliana! Eu não pedi esses pincéis, pedi os da ELF, naquela promoção. Os meus chegaram tem mais ou menos um mês. Já fiz outro pedido, que ainda não chegou. To na espera. Vi lá seu post sobre os pincéis, mas ainda não comprei. Um dia... rsrs
bjs
Nada a ver com o post...
Só pra informação pública mesmo.
A Coastal Scents está vendendo samples da base HD por $0.49!!!!!
Beijos
Melhor história de carnaval, ri horrores ontem com vc contando...
Adorei te ver ontem por sinal.
Um beijo!
Mi, adorei o texto. Eu adoro o feríado, tanto é que já troquei a noite pelo dia em dois dias de feríado, amo, amo, amo não ter que depender de relógio.
E agora, decidindo entre começar um freela ou pintar as unhas, me delicio com este post.
Muito bem escrito e envolvente. Entrei nas tuas lembranças.
Eu acho que hoje sou a fanática do glitter exatamente por não ter usado muita fantasia quando criança. No máximo festa junina e duas dancinhas na escola.
Minha mãe não me levou ao balé e carnaval era sempre viajando com a família, praia ou interior, mas sem este lance de pular em bailinhos.
Sou frustrada.
Lembro de adorar visitar uma amiguinha que fazia balé e ela tinha tantas fantasias das apresentações, me deixava usar e eu nunca queria ir embora.
Por isto hoje sou perua até os dentes, ops, dedos (esmaltes)!
Beijinhos!
PS: obrigada pelo carinho, ombro virtual conta muito!
eu tbm odeiooo carnaval ! me identifiquei com o tubilhao de crianças q ficam te atropelando e jogando serpentina na sua cara ! HAHAHAHA TERROR !
Tô me achando um et, tô lendo em tudo quanto é lugar gente falando que não curte carnaval, eu gosto, mas de carnaval de rua!
Passei pelo mesmo drama que vc, tbm ia fantasiada pra matinê, mas era legal, o local nem era abafado!
Beijo.
ai, ai Milena, tô rindo até...
Ótimo post =D adorei!
Q linda você! =)
Huahauhau, gostei demais do post, me fez relembrar meus tempos de criança e as minhas fantasias tbm!
Realmente essa idéia dos pais de levarem os filhos às matinês é quase geral né? auhauahauha
Acho que traumatizei geral desses tempos e hoje em dia carnaval pra mim é sinônimo de descanso!
Adorei!
bj
Ri demais com esse post e relembrei dele no domingo (14/02) quando "impiriquitei" a minha pequena, com direito a asa multicolorida, maquiagem de borboleta e tinta rosa no cabelo. Mas nela isso causa frenesi, a bichinha fica eufórica, se acha linda, desfila, faz pose pra foto. E no salão ela se solta, fica lá no gargarejo olhando a banda, faz amizade e dá risada dos meninos que dançam (pra ela menino não pode dançar, só lutar).
Não tem como ir numa matinê depois de ler esse post e não ficar imaginado a "mini-Milena" distribuindo socos nos moleques.
Ah!! e perdoa sua mãe viu, porque eu enfeito a pequena e fico orgulhosa com o "serviço", com a missão cunprida.
Beijos
Karen,
Tb fiz isso no carnaval, overdose de filmes, hehe.
Dáfni
Pelo mesmo motivo eu sempre fico em SP, não viajo! rs
Paula
Minha pele já me deu trabalho, sabia? E depois de adulta, pq quando eu era adolescente ela era ótima. Mas quando comecei a usar os 3 passos da Clinique, ela se achou de novo! Os produtos são carinhos (aqui no Brasil, né), mas valem a pena!
Duda
Vc deu mais sorte, no meu baile as crianças eram do mal, hahaha.
Bianca
Valeu o toque!!!
Dani
Ao vivo fica melhor, né, hahaha.
Carlinha
Opa, conta mesmo, sei bem disso. Ás vezes pode até ser uma coisa boba, mas um comentário amigo já dá uma levantada, né.
Entendo sua frustração. Eu não gostava de pular, mas a parte da fantasia realmente era mto legal.
Mas compensar com glitter é válido, haha.
Bruna
Pode crer, esqueci da serpentina na cara. E confete na boca. kkkk
Carol
Pô, eu acava que ET era eu! rsrs
Mas não tem nada errado em gostar de carnaval (nem em não gostar). O lance é não ser obrigado a fazer algo que a gente não curte. Espero que o seu feriado tenha sido super legal. :D
Célia
Hoje eu dou risada tb, hahaha.
Isa Dora
Óin! Brigada!!!! :)
Mo
Pois é. Mas nem culpo a mamãe não, tadinha. Pior que eu acho que se tivesse filhos, faria o mesmo, haha. Me sentiria culpada se não tentasse. rs
Milena
Pois é, eu entendo, sabe. Era a continuação natural depois de todo o esforço, né. Ela botava mó empenho nas fantasias. Legal que sua filhota curte!
Ah, eu tinha experiência de socar crianças, eu e meu irmão brigávamos pra caramba, hahahaha.
Beijos, gente. Valeu pelos comentários, desculpém a demora! :-*
se eu pudesse iria para a Polinésia Francesa no Carnaval!
Adorei o post!
Oi Milena. Acabei de cair aqui no teu blog e achei esse post do Carnaval. Rí horrores, a ponto de doer o estômago e perder o fôlego. Muito bom e vc era mto fofinha quando criança!
Ah, me identifiquei bastante com teu estilo de redação. Vou voltar mais vezes.
Um abraço!
Oi Gislaine!
Ah, eu fico tão contente quando alguém entende meu senso de humor, haha.
Tem gente que me acha mal humorada e resmungona, quando na verdade eu tô dando risada, rs.
Tem vezes que só assim, né? hehe
Seja bem-vinda, apareça sempre!
Bjs!
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